terça-feira, 31 de agosto de 2010

O Menor Ringue do Mundo

Apenas dois lutadores. Não há espaço para treinadores, juízes, apostadores, imprensa ou platéia. Nem mesmo para aquela garota de biquíni que mostra plaquinhas numeradas e um pouco mais, pois é luta de apenas um round, sem duração definida.

A temperatura no lugar minúsculo é alta, devido à energia do combate. A luz é fraca, vinda de um ponto incerto acima do tablado e torna as cores do ambiente dessaturadas, mas é possível reconhecer os pesos-pesados. De um lado, o lutador mais preparado fisicamente, mais técnico e mais rápido. Do outro, o adversário que age pelo instinto e prefere não se esquivar, pois é inacreditavelmente resistente.

Apesar de mais forte, o primeiro lutador é consciente do estilo louco de seu oponente. Sabe que, se não se cuidar, pode receber um ataque surpresa que certamente o nocautearia, portanto deve ter cautela se quiser vencer. Vencer? O segundo lutador nem pensa nisso. Ele sabe a força que seu gancho de direita possui, mas prefere esperar e saber o limite de sua resistência. Bom, ele é louco.

Quando se cansam, abraçam-se, como velhos amigos que são, mas somente para renovar o fôlego. E voltam a trocar socos logo depois, repetindo o ciclo. Interminável? Provavelmente não, mas esta é a melhor maneira de os lutadores se conhecerem mais.

“Eu sou a porra do conflito na cabeça de Jack.”