sábado, 18 de outubro de 2014

Nimbo

Fazia um bom tempo que não sentia mais as gotas de chuva. Meu rosto quente estranhou a baixa temperatura. Vento, frio e torrente. E antes que pudesse me dar conta, fui tomado pela tempestade. Sem sombra ou sombrinha, a alma lavada e os pés que imaginaram um perfeito sapateado, procurando poças para improvisar a coreografia. O conforto como uma vaga lembrança. O calor como lenda antiga. A mente encharcada de melancolia.

sexta-feira, 16 de maio de 2014

Ferrugem

A grande casa no pequeno mundo. Os detalhes feitos de feitos simples, práticos, úteis. Tua marca em cada canto. Em cada canto, uma nota triste. Aqui, a saudade maior em lá menor. Paredes distantes que ainda reverberam tua sabedoria cheia de bom humor. As histórias dentro das histórias dentro das histórias. O cheiro bom pedindo mais uma visita à cozinha. A alegria, a paciência, a serenidade e a atenção. Observar este lugar é te observar. É conversar contigo sempre e, como sempre, escutar mais que falar. É se dar conta da fragilidade de tudo. É querer distorcer o tempo. É querer acordar. É ter vontade de escrever sem vontade.