A memória vívida certamente vai me torturar mais que qualquer
silêncio, pois é música ambiente. O sol prosseguirá queimando minhas costas, os
ventos dos julhos e agostos deixarão suas marcas em minha pele morta. E a cada
novo setembro um avião virá de encontro à minha fronte. A chuva trará seu
abrigo e disfarçará toda a lágrima, caso não me falte coragem para apreciar
raios e trovões de muito perto. Não haverá segundo sem hesitação. E não
existirá o “sempre” enquanto continuarmos a morrer e não pudermos comprová-lo.