Os olhos que tentam perseguir todos os movimentos das pessoas no salão, mesmo com a visão prejudicada. A coleta mental de dados para produzir estatísticas instantâneas que nunca divulgarei. O tempo acelerando junto aos pensamentos, em desespero crescente e visível. A fome, a sede e o medo de me ver como a causa do problema. O afastamento involuntário, a vontade de interromper o diálogo para falar mais alto.
A realidade que veio inadvertidamente como um soco no estômago e roubou meu repouso, meu ar e meu equilíbrio. Que me fez perceber a ausência de chão e tornou a queda infinda. A espera pelo derradeiro impacto que, sei bem, quebrará meus ossos e me fará cuspir o sangue pela boca.
Não tenho pressa por desconhecer a velocidade e choro pela inevitável falta de resistência que fantasiava possuir.
Nunca estarei só, mas assim sempre o serei.
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013
terça-feira, 5 de fevereiro de 2013
Disfarce
Da solidão que conforta e impõe temor sou escravo e dependente, desejando assim ser, enquanto durar meus longos dias. De passividade tola visto minha coragem cansada. Posso então conhecer meus limites sem ser genuinamente ingênuo. E entre ter a consciência de não servir para aceitar de bom grado o que me é oferecido e camuflar a vontade inquieta por mudança, escolho a segunda alternativa. Porque o grito ecoará mais forte e duradouro ao desistir de tudo.
Assinar:
Postagens (Atom)