Os olhos que tentam perseguir todos os movimentos das pessoas no salão, mesmo com a visão prejudicada. A coleta mental de dados para produzir estatísticas instantâneas que nunca divulgarei. O tempo acelerando junto aos pensamentos, em desespero crescente e visível. A fome, a sede e o medo de me ver como a causa do problema. O afastamento involuntário, a vontade de interromper o diálogo para falar mais alto.
A realidade que veio inadvertidamente como um soco no estômago e roubou meu repouso, meu ar e meu equilíbrio. Que me fez perceber a ausência de chão e tornou a queda infinda. A espera pelo derradeiro impacto que, sei bem, quebrará meus ossos e me fará cuspir o sangue pela boca.
Não tenho pressa por desconhecer a velocidade e choro pela inevitável falta de resistência que fantasiava possuir.
Nunca estarei só, mas assim sempre o serei.
Nenhum comentário:
Postar um comentário