quarta-feira, 25 de maio de 2011

Eu, o tiranossauro. Eu, o jovem cosmonauta.

Sonhos começam cedo, e logo pela manhã sou Sartre jurássico mal percebendo a própria existência. Através das páginas folheadas pausadamente viro um viajante numa nave de forma perfeita, buscando conhecer a si, por meio de desconhecidos. Bem antes de a tarde começar.

Reconhecendo palavras sem estar adequadamente preparado e com o cérebro ainda se espreguiçando e bocejando sinto-me livre para a aventura imaginária em pequenos quadros coloridos. E escolho os mais extremos personagens: passado e futuro. Irônico pensar na linha do tempo como um círculo, afinal o início e o fim estão tão próximos que chegam a se tocar, como se fossem gerar um novo ciclo vital.

Menos exato e mais humano, qualquer que seja o tempo. Por breves e profundos momentos sou órfão e estou distante de tudo e de todos. Observo, penso e compartilho minhas ideias comigo, afinal, seja pelo vácuo ou pela indiferença, sou sempre ignorado. Se ao menos eu pudesse ver em três dimensões que aquele que lê se reconhece em mim.

O sonho persiste até o entardecer. E sua teimosia me garante que só vai desaparecer quando chegar uma nova aurora.