quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Lamento de Oneiros

Eu quero morrer. É só nisso que penso. Mais: quero morrer e descobrir que estava errado em relação à possibilidade de. Para ser esquecido ao criar um abismo da linha tênue que me separa da realidade. Para libertar quem depende de mim e lhe dar visão panorâmica, de modo que nem a infinita poeira das estrelas possa lhe inebriar de fantasia e lhe aprisionar como de costume. Quero morrer porque não posso, pois não sou deus e não pereço pela total descrença alheia. Porque tenho todos os sonhos sem poder conceder sequer o menor deles a mim, e sigo o caminho perpétuo ainda que olhe para trás com frequência. Quero apenas morrer para poder renascer e voltar a morrer. É pouco. E é tudo.

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