sexta-feira, 11 de março de 2011

No hay banda. No hay orquestra. Silencio.

Qual é o fim da jornada? Vejo o caminho e o percebo íngreme, claustrofóbico e tortuoso. Os músculos falham, a garganta implora água, o pensamento confunde a realidade. Mas eu tenho de chegar. Não sei aonde. Ainda.

Sigo sozinho com uma ajuda esporádica do vento a favor. Os intervalos para retomar o fôlego ficam mais constantes, fazendo com que eu reconheça meu engano ao acreditar que a idade seria um fator decisivo para o sucesso da empreitada. Meu tempo de nada vale aqui, onde o imprevisto é regra e o discernimento sucumbe diante da crescente falta de razão. Talvez esta seja uma pista para planejar meus próximos passos.

Olho para baixo e para trás, diversas vezes. Não para falsificar qualquer arrependimento, mas para me permitir alguns momentos de orgulho quase infantil. É essencial para renovar o ânimo e confesso que me faz um bem danado.

Sinto que estou próximo do topo. O ar rarefeito, a taquicardia e a pressão elevada confirmam meu sentimento. As mãos trêmulas reagindo ao frio interior, as pupilas dilatadas em resposta à escuridão que chega, os ouvidos tentando amenizar o impacto dos trovões, a voz relutante em sair... Não, a voz sai! Sem esperar, sem se preparar, sem explicar, simplesmente aproveitando a primeira oportunidade. Não é grito, mas ecoa incessante e se propaga discretamente. Faz o cenário mudar ao proferir palavras breves. Faz quase todos os elementos desvanecerem e o calor e a tranquilidade voltarem ao meu domínio.

Eu precisava chegar aqui, no começo de tudo.

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