quarta-feira, 3 de agosto de 2011

À Gentil Irmã do Homem da Areia

De todos os sonhos amigos de longa data és a antítese, uma vez que assombras minha razão com maior frequência enquanto acordado. Entender-te não é fácil, tal ausência de vilania e estardalhaço em tuas maneiras. Tua presença configura meu silêncio, mais por sugestão e menos por medo. É esta a hora em que me percebo imberbe há décadas e insisto inutilmente parecer mais velho à tua inspeção. Tendes a acreditar que minhas tolices são o comportamento padrão ou simples e sabiamente as ignora, não sei ao certo. Minha ignorância aliada à ansiedade aumenta teu mistério. Sendo assim o tempo todo, contento-me com as pistas que espalhas por baixo de minha pele. És o mais doce enigma a ser decifrado, um teorema que desafia a lógica e a dedução. E toda a consciência não é significativa ao saber que representas a injeção letal de todos os anseios que desejam virar uma realidade perene. Tens a mim e tua também é a minha necessidade urgente de metamorfose. Quero então que saibas que morrerei feliz quando cantares para mim.

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