segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Para Sempre Setembro


Vinte e seis lágrimas tão salgadas quanto a água que me cerca são combinadas pausadamente para formar o texto sobre o papel. Quanto mais a dizer, menos legíveis as palavras. De qualquer maneira, falta uma garrafa que me embriague e abrigue a mensagem.

A trilha sonora do filme que temo rever repete indefinidamente em minha cabeça e Julie não se cansa de traduzir em recordações o que sinto.

“...Je t’aime tant, je t’aime tant…” - Uma possibilidade que ganhou vida breve e agora jaz em meus constantes devaneios oníricos; aquela frase simples que ganhou uma resposta complicada; o que ganhei em tão pouco tempo e que ainda desejo compartilhar.

“...About this one night stand...” - Um atalho às avessas para prolongar a conversa; a substituição do desespero pela felicidade através de um gesto espontâneo e inesperado; uma vontade repentina de testemunhar o apocalipse naquele exato momento.

“...You promised to stay in touch...” - Essa distância que insiste em minar minha resistência; esse tempo que pega carona nas asas a favor do vento e testa minha percepção.

A verdade é que, ainda que o corte pela navalha cega continue a sangrar, a memória seleciona apenas o que me comove e me faz sorrir. Não por ignorância, fantasia ou doença, mas por saber que nada do que realmente importa de fato mudou em mim.

Na ilha que chamo de lar eu espero, é o que sei fazer.

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