Como está você é o que realmente eu gostaria de saber. Não
seria nada mal ouvir uma resposta que não fosse monossilábica e automática.
Porque me importo, além de qualquer necessidade. E pensar em você é tudo o que
faço de meus dias, mesmo sem abdicar de minha atual rotina.
Entre o “dever” de conter as palavras claras e diretas e a
exposição do grito que resiste abafado e trancado, encontro meu lugar. Como
consequência, horas de filosofia de almanaque em silêncio combinadas a metáforas
escancaradas para quase ninguém ler. Assuntos internos investigados
superficialmente.
O pouco que sei sobre você vem do lugar onde procuro suas
pistas deixadas de propósito. É praticamente uma troca de mensagens sem a
intenção de. Um diálogo criptografado de maneira tão impressionante que, mesmo
após ser decifrado, está sujeito a interpretações. O sarcasmo se encarrega de
fazer a comparação com alguma escritura dita sagrada.
Depois de passar um longo (e provavelmente desnecessário)
período ausente, é inevitável alimentar-me de recordações aleatórias, assim
como divagar sobre quais seriam as suas lembranças, se ainda existem, se têm qualquer
relevância em sua vida.
Moldo você como amiga íntima invisível, testemunha de cada
instante entre um nascer e outro do Sol. Não tento definir o roteiro de suas
falas, pois quero continuar me apegando à realidade e suas virtudes e defeitos são
essenciais para isso. Entretanto, sozinho, perco o parâmetro e não posso
afirmar se minhas mãos continuam provendo calor em forma de afago.
Caso pareça loucura, responsabilizo a brevidade.
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